A empatia é vista como uma capacidade que se adquire e desenvolve durante a infância e juventude, pressupondo o desenvolvimento da capacidade afetiva e cognitiva para identificar, compreender e compartilhar os sentimentos dos outros.
O papel dos pais é fundamental para o desenvolvimento desta capacidade. Os restantes agentes educativos, dão também a sua grande contribuição, embora, os pais tenham um papel preponderante. “Mais ainda, as crianças que observam os seus pais, professores, irmãos e colegas de escola a serem gentis e educados com elas, têm maior probabilidade de aprender, por si, o efeito da empatia e da educação entre as pessoas. Quando as pessoas nos tratam com educação, sentimo-nos felizes e, por isso,
aprendemos a ser, também nós, educados e empáticos.” (Mcgrath, Zook & Weber-Roehl, 2003).
Não basta informar as crianças, elas têm que aprender com exemplos concretos de comportamentos empáticos e altruístas, para poderem interiorizar estes comportamentos e torná-los intrínsecos à sua personalidade.
Linckona em 2004, aponta várias perguntas básicas, que se devem trabalhar com a criança e com o jovem, para desenvolver a sua sensibilidade, empatia e altruísmo:
- “Eu quereria que me fizessem isto a mim?”
- “ É justo que todas as pessoas sejam afetadas pelas coisas que eu possa fazer ou dizer?”
- “Eu gostaria que todas as pessoas se portassem como eu? Eu gostaria de viver num mundo assim?”
- “Como se sentiriam os meus pais se descobrissem que eu fiz isto?”
- “Isto vai contra a minha consciência? Vou sentir-me culpado depois de fazer isto?”
- “Poderá o meu comportamento ter consequências más, como perder amigos, perder o meu respeito próprio?”
- “Como é que me sentiria se as minhas acções fossem anunciadas na primeira página do jornal da minha cidade?”
A ideia destas questões é que a criança se vá habituando a pensar nas consequências dos seus comportamentos, avaliando e colocando-se no lugar dos outros.
É na chamada de atenção, na colocação destas questões, na modelação de atitudes, que os pais e os restantes educadores se mostram fundamentais para o desenvolvimento de comportamentos adequados.