Existirá uma hora para iniciar o dia?

Quando começa o nosso dia?

“Uma boa noite de sono não tem que ver com muitas horas de sono, mas sim com sono de qualidade”

Terapeuta Joana Oliveira

Ou melhor: qual é o primeiro fator que modela a nossa disposição para iniciar o dia? Verdade, é Ele: O Sono!
Se no caso do adulto, uma boa noite de sono – e uma boa noite de sono não tem que ver com muitas horas de sono, mas sim com sono de qualidade – tem uma enorme importância no desenvolvimento do seu dia, no caso de uma criança influencia não só o seu humor, como também o seu desenvolvimento global, a sua gestão emocional e, sobretudo, a capacidade de aprendizagem.

O sono é um processo ativo e evolutivo muito importante para manter a funcionalidade diária de cada um e proporcionar o bom desenvolvimento das nossas crianças.

Ora veja algumas das funções mais importantes do sono:

-Regulação do metabolismo
-Desenvolvimento do cérebro
-Memória
-Aprendizagem
-Conservação e Produção de Energia
-Manutenção do sistema imunitário

Curioso, não vos parece?

E quando não corre bem? Sabemos que há crianças cujo sono é bem mais desafiante para as famílias que outras e que este é um Universo vastíssimo. Saiba, então, que pela sua importância é também uma especialidade médica e de avaliação multidisciplinar, pelo que há a possibilidade da consulta do sono cada vez em mais espaços clínicos.

No entanto, há algumas estratégias importantes que todos podemos adotar na hora de ir dormir.

– A Higiene do Sono aplica-se a toda a família.

Não é por acaso que esta estratégia surge, na nossa opinião, em primeiro lugar. Inequivocamente, para os nossos pequeninos andarem descansados, as famílias precisam de descansar em qualidade também; precisamente por esta razão, é necessário olhar não só para o sono da criança como para o de quem a rodeia. Não se esqueça de si, cuide-se!

– A cama é um espaço de tranquilidade (e não de castigo!).

O sítio onde a criança dorme com autonomia, deve apresentar-se como um espaço seguro e tranquilo para a criança; deve ser o seu “ninho”, o espaço propício para sonhar. Se a cama for um espaço de desconforto, a criança não vai aceitar ser responsável e autónoma num sítio que lhe é hostil. A temperatura e a luz são também fatores importantes, espaços de pouca claridade e amenos devem ser valorizados na hora de dormir.

– Rotinas e rituais

Havendo rotinas, horários habituais e constantes de acordar e deitar, a criança também vai colaborar com muito mais facilidade. O padrão de sono é aprendido na infância, pelo que se este for trabalhado nesta fase, mais facilmente se manterá na adolescência.

É importante também não esquecer que o horário de deitar não é negociável. No entanto, é comum o adulto colocar a questão, que é da sua responsabilidade, do lado da criança: “vamos para a caminha?”. Ora, a resposta será, indiscutivelmente, “não quero, quero fazer xxxx”. Trata-se de uma decisão que compete ao adulto toma-la, logo, deverá ao invés disso, perguntar “Está na hora de dormir. Preferes este ou aquele boneco? Uma outra sugestão será conjugar o momento de ir para a cama e o ato de ler uma história, isto é, associar este momento a uma situação prazerosa e tranquila.

– Objetos de transição

Por vezes, temos saltitões que não deixam os adultos dormir, não é verdade? Os objetos de transição, peluches especiais à criança ou alguma manta (para crianças mais pequenas) podem ajudar à sua autonomia na hora de deitar, promovendo a sua sensação de segurança.

– Sestas adequadas à idade

Seguir as horas de sesta recomendadas ao estado de desenvolvimento e necessidade da sua criança, é muito importante. Este é um dos fatores que mais perturba o sono noturno e é muito importante um equilibro reconhecendo o “tempo justo” para a criança dormir e poder descansar corretamente à noite.

– Ecrãs 0

Esta sugestão é essencialmente para os adolescentes (e para os adultos também!). Em Portugal, o dia acaba bastante tarde e sabendo que os adolescentes devem dormir entre 8,5 a 10 horas por noite, se levarem o telemóvel para o quarto, é muito difícil cumprir estas horas de sono, horas tão importantes para cumprirem as exigências de aprendizagem do dia seguinte. Porquê? A luminosidade e o ruído dos equipamento eletrónicos provocam não só um atrasar da chegada do sono, como também vários despertares noturnos.

Uma boa estratégia pode ser a existência de um espaço comum onde toda a família deixa os seus aparelhos eletrónicos antes de se dirigirem para os seus quartos na hora de dormir.


Estas são só algumas das estratégias que pode aplicar. Porém, cada família é única com dinâmicas próprias e específicas. O sono é uma função natural e essencial à sobrevivência, pelo que não deve ser desvalorizada. Se precisar de ajuda, não hesite! Ter um sono de qualidade, é possível.


Onde nos sustentámos para lhe dar esta informação:

World Sleep Society
Associação Portuguesa do Sono
Sociedade Portuguesa de Pediatria

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“Mãe, pai… tenho namorado/a!” – O papel dos pais no namoro dos filhos

“Mãe, pai… tenho namorado/a!” – O papel dos pais no namoro dos filhos

“Encare com naturalidade, mas esteja atento! Os pais devem estar envolvidos na vida dos filhos, mas devem conhecer os seus limites”

Drª Filipa Bento

É, muitas vezes, difícil para os pais aceitarem o crescimento dos filhos. Se, por um lado, desejam que estes se tornem seres felizes e autónomos, por outro, essa independência crescente pode ser assustadora.
As coisas podem ficar mais complicadas quando cai a bomba: “Mãe, pai… tenho namorado/a!”. A novidade pode aparecer de forma indireta. Às vezes os pais descobrem através de terceiros, das redes sociais, ou começam a desconfiar devido a mudanças de comportamento dos filhos.
O choque inicial é normal. A questão que se impõe é: qual é o papel dos pais no relacionamento dos filhos adolescentes?


– Primeiro que tudo, mantenha a calma. Se agir de cabeça quente vai piorar algo que provavelmente não é tão alarmante como pode parecer inicialmente;


Evite proibições. Todos sabemos que o fruto proibido é o mais apetecido. Em vez disso, converse abertamente com o jovem acerca de limites e regras;


– Não veja só o lado preocupante. O namoro pode trazer várias aprendizagens para o adolescente, para si enquanto mãe/pai, e para a relação entre ambos. O desenvolvimento da empatia, da resiliência, da capacidade de negociação, das competências emocionais e sociais são alguns exemplos;


– Se fizer sentido, conheça o/a namorado/a do seu filho/a. No entanto, não pressione para tal acontecer. Se o adolescente se sentir sufocado, poderá ter tendência a esconder as coisas;


Transmita segurança. É fundamental o seu filho saber que pode confiar em si e contar consigo para tudo o que precise. Se adotar constantemente uma atitude repreensiva, o jovem terá tendência a esconder-lhe as dúvidas, confidências e pedidos que possa ter;


Mantenha-se atento e conheça os sinais de violência no namoro: lesões físicas; tristeza e medo; dificuldades de concentração, em dormir e de memória; desconfiança; mudanças bruscas; afastamento de pessoas próximas; desinteresse por atividades que gostava; fugas de casa ou da escola;


– Acima de tudo, respeitem-se! A relação entre pais e filhos deve ser baseada no afeto, proximidade e aceitação. Não é pelo seu filho/a ter namorada/o que isso deve mudar.

Conclusão: encare com naturalidade, mas esteja atento! Os pais devem estar envolvidos na vida dos filhos, mas devem conhecer os seus limites. Os jovens, apesar de menores de idade, têm direito à sua privacidade. No entanto, a sua segurança deve sempre estar salvaguardada.

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A Matemática é “um jogo” para mais de 6 anos?! – Sugestões para estimular o raciocínio no pré-escolar

A Matemática é "um jogo" para mais de 6 anos?!

“Não existe idade mínima para estimular o raciocínio lógico e numérico!”

Mariana Sousa

Muitas vezes ouvimos as crianças e os jovens dizerem “Não percebo nada de matemática”

A Matemática é um Mundo, é um conjunto de vários temas que têm em comum conterem números e necessitarem de raciocínio lógico. Se dissermos que não temos jeito nenhum para o desporto, estamos a ser vagos, certo? Podemos não ter jeito para ginástica, para natação ou para futebol, mas com certeza deverá existir uma atividade física, dentro da panóplia de todas as que existem, em que nos adaptemos! Na matemática acontece o mesmo. Temos quatro grandes elementos estruturais, álgebra, aritmética, geometria e estatística e probabilidade, que se subdividem em muitos conteúdos e que utilizam tipos de raciocínios diferentes. Certamente, que dentro de todas estas opções, haverá algumas em que sentiremos mais dificuldades mas noutras teremos mais facilidade e apetência. 

Esse é o encanto desta disciplina, nunca nada está perdido! Se o aluno não se “saiu tão bem” nas expressões numéricas e funções, pode identificar-se mais com a trigonometria ou com os conceitos de áreas e volumes, por ter um melhor raciocínio viso-espacial do que numérico, por exemplo.

Os conteúdos trabalhados em matemática são fundamentais para a nossa vida, e não falo na vertente profissional (onde também são necessários), falo no quotidiano! Principalmente os conteúdos mais básicos, os primeiros, os que ensinamos no primeiro ciclo. Como fazemos uma receita se não sabemos o que é ¾ de chávena? Se tivermos 10€ para comprar fruta, como sabemos que quantidade conseguimos comprar? Se nos pedirem para levar meia dúzia de pães?!

Não existe idade mínima para estimular o raciocínio lógico e numérico! Não podemos ensinar inequações a uma criança de 4, 5 ou 6 anos, mas podemos ajudá-la a perceber a noção de quantidade, introduzir o conceito de soma e subtração, falar em frações,… Elas não precisam de saber o nome destes conteúdos, mas podem saber utilizá-los! É importante termos em consideração o nível de desenvolvimento de cada criança e aluno, nem todos podem ser estimulados da mesma forma na mesma faixa etária, mas podemos explorar, podemos deixá-los fazer perguntas, ter curiosidade e ver até onde conseguimos ir, porque não?!

Nestas idades, a maioria das crianças têm uma esponja dentro delas, que absorve tudo o que ouvem e que aprendem, como adultos podemos, e devemos, aproveitar essa sede de quererem saber mais para estimular estas áreas (assim como outras), através da brincadeira ou de atividades do dia-a-dia. O truque é o recurso ao concreto! É aplicar os conceitos em 4D, utilizar objetos, utilizar as mãos! Não interessa, só, saber pegar num lápis.. 

Podemos utilizar as situações do dia-a-dia para trabalhar:

  • Noção de quantidade:

Dê um maior número de bolachas à criança e retire menos para si. Pergunte quem tem mais e menos e conforme forem comendo vão fazendo esta análise, para que a criança perceba que quando se retira a quantidade diminui. Também podem contá-las, acrescentar e retirar,…

Também pode explorar o mesmo conceito mas com copos, enchendo mais um copo do que outro. Ou com um bolo, dando uma fatia maior a um e mais pequena a outro. Analisem novamente quem tem mais e menos e perceba junto com a criança o que tem de fazer para ficarem com a mesma quantidade, diminuindo ou aumentando. 

  • Conceito de adição/ subtração e multiplicação/ divisão (para os mais velhinhos): 

Se a criança está a brincar com cinco carrinhos, peça-lhe que lhe dê um, pergunte-lhe com quantos ficou. A ideia é que entenda que se fica com menos, se diminui é porque retira. 

Por outro lado, se forem ao supermercado e tiver duas maçãs no saco mas quiser cinco, quantas mais tem de tirar do cesto? Neste caso, para ter mais, a criança vai perceber que tem de adicionar. Aplicar estes conceitos de adição e subtração na prática, vai ajudá-los mais à frente, a entender que operação devem usar para resolver problemas matemáticos.

Se for possível ir mais além e introduzir a multiplicação e a divisão, podem brincar com seis legos e quererem ter os dois a mesma quantidade, pergunte como podem distribuir os legos para ficarem com o mesmo número cada um. E se tiverem seis garrafas de sumo no carrinho de compras e cada garrafa custar 2€, quanto vão pagar? Neste caso, a criança também poderá utilizar a soma, não tem problema, a soma é a base da multiplicação.

  • Frações

Se forem comer pizza ao almoço, corte-a em seis fatias, ao comer uma, está a comer uma de seis (um sexto, para os mais velhinhos), se comer duas, então duas de seis. Pode aproveitar para trabalhar também a soma e a subtração, por exemplo. O objetivo será que a criança entenda que o que vem a seguir ao “de” é o total e antes do “de” é o que estamos a avaliar, neste caso, o número de fatias de pizza que comemos.

São algumas ideias que pode utilizar no dia-a-dia para despertar o interesse e o raciocínio das crianças para estes conceitos, o importante nesta fase não é que saibam os nomes mas que percebam a aplicabilidade. Explore também as figuras geométricas, associando a coisas que utilizam ou veem normalmente, a laranja é o círculo, a porta o retângulo, …

Experimentem!

Vamos retirar a matemática do papel?

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Movimento para o Desenvolvimento

Movimento para o Desenvolvimento

“A criança para se desenvolver precisa de se movimentar. Experimentar. Observar. Manusear. Desafiar.”

Terapeuta Joana Oliveira

Se observarmos o crescimento de uma criança conseguimos compreender que a sua maturação física é também proporcional às suas competências motoras e, portanto, estas desenvolvem-se concomitantemente em constante ligação.
Neste processo simbiótico, escreve-se uma história de histórias, memórias e processos emocionais que ficam inscritos no corpo e com os quais aprendemos a exprimirmo-nos e a ser o que realmente somos – únicos.
Assim, o desenvolvimento de uma criança não se reflete unicamente nas metas e nos marcos a alcançar, mas nas construções que se vão realizando apoiadas nos afetos. Para que este processo se concretize, há uma história que, enquanto cuidadores, devemos ajudar a escrever e a inscrever.
Ora, chamemos à liça o papel do movimento como um dos agentes primordiais, ou seja, como uma ferramenta tanto para agir com o meio físico, como para comunicar com o outro, sendo, por isso, fundamental para o pleno desenvolvimento da criança.
Ao observarmos, atentamente, o movimento na criança verificamos que este é a sua forma mais pura de manifestação da sua verdade, dos seus desejos, das suas frustrações, dos seus medos, alegrias ou angústias. É a sua comunicação antes da linguagem falada. É por isto preciso assim compreender que o agir da criança é também parte fundamental do seu desenvolvimento, é a sua melhor ferramenta de aprendizagem.
A criança para se desenvolver precisa de se movimentar. Experimentar. Observar. Manusear. Desafiar. O processo de aprendizagem é fortemente sensorial e sobretudo emocional. Para avançar, a criança tem de se sentir segura, mas para se sentir segura tem de nos sentir confiantes e nós devemos confiar no seu processo. Como? Apoiando, incentivando, escutando, partilhando, sendo presença segura.
Tomemos, como exemplo, a queda. Embora a receemos pelas crianças, a queda faz parte do processo. A ferida no joelho faz parte. Repare-se, a criança que cai é a criança que se levanta. A criança que caiu é a criança que aprendeu a gerir o corpo e a reequilibrar-se, a balancear-se, a sentir percetivamente a queda e o prazer de se reerguer e de continuar. Esta experiência motora traz inúmeras vantagens cognitivas e emocionais para o desenvolvimento. Bem como o desorganziar e organizar, destruir, construir. Mas não só. Para a aprendizagem também. Da mesma forma, a criança que gesticula, a criança que dança e brinca livremente o simbólico é a criança que se move para se comunicar, que desenhou e que vai escrever, tudo pelo movimento motivado pelo afeto e o prazer de agir.
Observamos que há uma necessidade crescente e natural da criança em explorar e experimentar o contexto, da mesma forma que fica cada vez mais competente para perceber a aprender fenómenos mais complexos, a regular-se melhor e a comunicar-se, a entender o mundo e o outro melhor. Neste processo evolutivo, os primeiros movimentos globais e desorganizados começam a dar lugar a movimentos localizados e diferenciados que progressivamente se tornam expressivos, mímicos e destes chegamos à palavra e da palavra à escrita.
Assim, a experimentação permite à criança a sentir-se segura de si, viva, como que uma conquistadora. Escrevendo no corpo uma história de histórias. Organizada e forte no seu corpo, a criança é capaz de partilhar e de aprender porque consegue estar disponível para o que a rodeia. Está segura de que consegue e curiosa de saber mais.
É importante também não esquecer que o desenvolvimento é um processo bastante complexo, de vários entendimentos teóricos e com toda a certeza influenciado por múltiplos fatores, internos e externos à criança e que o movimento e a sua libertação é fulcral, mas também e sobretudo o afeto neste processo, a presença, o limite, as rotinas e tantos outros fatores.
Não há, na verdade, receitas perfeitas. Mas há ingredientes que podem fazer a diferença. Hoje, sugerimos apenas dois de tantos outros fundamentais: o afeto e o movimento.
Votos de histórias felizes!

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Porque é que as crianças fazem bullying?

Porque é que algumas crianças fazem bullying?

“Há uma diferença entre ser mau e portar-se mal”

Drª Teresa Pisco

Embora cada criança seja diferente e cada caso tenha a sua especificidade, existem uma série de características comuns que se têm observado nos casos de crianças “agressoras”. Conhecer algumas dessas características e o contexto em que essas crianças vivem, poderá ajudar-nos a entender melhor alguns dos seus comportamentos.

  • Têm consciência dos seus atos e dos danos que causam

Na generalidade, as crianças que não tenham um défice cognitivo significativo, a partir dos 8 anos têm consciência de estar a maltratar alguém e sabem reconhecer que o outro se sente mal.

  • Formas ou estilos educativos dos pais

Estilos educativos autoritários e estilos educativos negligentes ou demasiado permissivos, podem contribuir para o desenvolvimento de características de relacionamento interpessoal violento. Os pais que sistematicamente impõe regras, sem dar qualquer explicação, passam a mensagem aos seus filhos de que essa é a forma de resolver os problemas, isto é, usando a violência ou a força. A criança aprende que pode atuar dessa forma com os outros.

  • Falta de empatia

Regra geral, a criança agressora, desenvolveu pouca capacidade de empatia, ou seja, pouca aptidão para colocar-se no lugar do outro e compreender os seus sentimentos.

Estas aptidões também se ensinam e educam, cabendo aos pais um papel fundamental no desenvolvimento do respeito, tolerância e compreensão.

  • Ambiente e contexto familiar

Se existir um ambiente familiar agressivo, seja entre pais e filhos ou entre os pais, a criança acabará por seguir esses modelos de comportamento, interiorizando essas formas de atuação, que depois irá aplicar nos seus relacionamentos. Violência gera violência! E a criança aprende que os conflitos se resolvem com violência verbal ou física.

Muitos casos estudados mostram que as crianças agressoras, foram elas próprias alvo de violência física ou psicológica, como por exemplo, insultos, humilhações ou, até, situações de exigência muito elevada relativamente aos seus resultados escolares e/ou comportamentos, que levam a sentimentos de frustração muito grandes.

  • Agressões anteriores

Existe uma percentagem de casos de crianças ou jovens que se tornam agressores e que foram eles próprios alvo de agressões ao longo do seu desenvolvimento.

  • Falta de competências sociais

Ensinar as crianças a agirem corretamente em diferentes contextos e situações e ajudá-las a reconhecer os seus erros, dotando-as de formas alternativas e mais ajustadas de resolver problemas e conflitos, vai apetrechá-las de recursos psicológicos e comportamentais fundamentais para o seu desenvolvimento harmonioso. O diálogo com os filhos é a base deste crescimento saudável! Explicar à criança que fazer uma coisa mal, não significa ser mau.

Há uma diferença entre ser mau e portar-se mal!

Evite frases como “És mau, já não gosto de ti”. E substitua por “Portaste-te mal, vamos pedir desculpa”.

Trabalhar com a criança “agressora” não é fácil e requer um trabalho que inclua ensinar-lhe competências sociais, novas formas de resolver conflitos e modificar princípios ou ideias erradas sobre as relações entre as pessoas. Esta tarefa difícil, necessita do apoio de um profissional na área da psicologia e requer igualmente a participação e aceitação dos pais, na modificação de formas de relacionamento e de estratégias de atuação mais corretas e eficazes.

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Pensa e Escolhe

“Pensa e Escolhe”, um jogo para estimular as competências ortográficas de forma divertida e apelativa para as crianças. Basta descarregar o ficheiro, imprimir e seguir as instruções.

Puxem para imaginação e adicionem mais palavras ou pares de letras que achem adequados. Treinar a ortografia não tem de ser uma seca!

Podem descarregar o ficheiro aqui: Pensa e Escolhe

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Desenvolvimento da Empatia

Desenvolvimento da Empatia

“Na base do civismo está sem dúvida a empatia, isto é, a capacidade de nos
colocarmos no lugar do outro, na posição de outra pessoa e tentarmos
compreender os seus sentimentos, os seus motivos, não do lado de fora,
mas sim, do ponto de vista interior.”

Drª Teresa Pisco

Ouvimos muitas vezes dizer que há falta de civismo nas pessoas, que não há respeito pelas regras, que não se respeitam os outros. Ouve-se também muitas vezes falar que os jovens necessitam de ter mais civismo e até o sistema educativo introduziu disciplinas como educação cívica e educação para a cidadania. Os estudos mostram que a educação cívica é fundamental para o crescimento equilibrado, tanto em termos individuais, como para as sociedades.

Na base do civismo está sem dúvida a empatia, isto é, a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, na posição de outra pessoa e tentarmos compreender os seus sentimentos, os seus motivos, não do lado de fora, mas sim, do ponto de vista interior. “É sabido que as crianças com maiores níveis de empatia são mais sensíveis aos outros e mais propensas a envolverem-se em comportamentos socialmente desejáveis em grupo” (Findlay, Girardi & Copian, 2006).

A empatia é vista como uma capacidade que se adquire e desenvolve durante a infância e juventude, pressupondo o desenvolvimento da capacidade afetiva e cognitiva para identificar, compreender e compartilhar os sentimentos dos outros.

O papel dos pais é fundamental para o desenvolvimento desta capacidade. Os restantes agentes educativos, dão também a sua grande contribuição, embora, os pais tenham um papel preponderante. “Mais ainda, as crianças que observam os seus pais, professores, irmãos e colegas de escola a serem gentis e educados com elas, têm maior probabilidade de aprender, por si, o efeito da empatia e da educação entre as pessoas. Quando as pessoas nos tratam com educação, sentimo-nos felizes e, por isso,
aprendemos a ser, também nós, educados e empáticos.” (Mcgrath, Zook & Weber-Roehl, 2003).

Não basta informar as crianças, elas têm que aprender com exemplos concretos de comportamentos empáticos e altruístas, para poderem interiorizar estes comportamentos e torná-los intrínsecos à sua personalidade.

Linckona em 2004, aponta várias perguntas básicas, que se devem trabalhar com a criança e com o jovem, para desenvolver a sua sensibilidade, empatia e altruísmo:

  • “Eu quereria que me fizessem isto a mim?”
  • “ É justo que todas as pessoas sejam afetadas pelas coisas que eu possa fazer ou dizer?”
  • “Eu gostaria que todas as pessoas se portassem como eu? Eu gostaria de viver num mundo assim?”
  • “Como se sentiriam os meus pais se descobrissem que eu fiz isto?”
  • “Isto vai contra a minha consciência? Vou sentir-me culpado depois de fazer isto?”
  • “Poderá o meu comportamento ter consequências más, como perder amigos, perder o meu respeito próprio?”
  • “Como é que me sentiria se as minhas acções fossem anunciadas na primeira página do jornal da minha cidade?”

A ideia destas questões é que a criança se vá habituando a pensar nas consequências dos seus comportamentos, avaliando e colocando-se no lugar dos outros.

É na chamada de atenção, na colocação destas questões, na modelação de atitudes, que os pais e os restantes educadores se mostram fundamentais  para o desenvolvimento de comportamentos adequados.

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