“Encare com naturalidade, mas esteja atento! Os pais devem estar envolvidos na vida dos filhos, mas devem conhecer os seus limites”
É, muitas vezes, difícil para os pais aceitarem o crescimento dos filhos. Se, por um lado, desejam que estes se tornem seres felizes e autónomos, por outro, essa independência crescente pode ser assustadora.
As coisas podem ficar mais complicadas quando cai a bomba: “Mãe, pai… tenho namorado/a!”. A novidade pode aparecer de forma indireta. Às vezes os pais descobrem através de terceiros, das redes sociais, ou começam a desconfiar devido a mudanças de comportamento dos filhos.
O choque inicial é normal. A questão que se impõe é: qual é o papel dos pais no relacionamento dos filhos adolescentes?
– Primeiro que tudo, mantenha a calma. Se agir de cabeça quente vai piorar algo que provavelmente não é tão alarmante como pode parecer inicialmente;
– Evite proibições. Todos sabemos que o fruto proibido é o mais apetecido. Em vez disso, converse abertamente com o jovem acerca de limites e regras;
– Não veja só o lado preocupante. O namoro pode trazer várias aprendizagens para o adolescente, para si enquanto mãe/pai, e para a relação entre ambos. O desenvolvimento da empatia, da resiliência, da capacidade de negociação, das competências emocionais e sociais são alguns exemplos;
– Se fizer sentido, conheça o/a namorado/a do seu filho/a. No entanto, não pressione para tal acontecer. Se o adolescente se sentir sufocado, poderá ter tendência a esconder as coisas;
– Transmita segurança. É fundamental o seu filho saber que pode confiar em si e contar consigo para tudo o que precise. Se adotar constantemente uma atitude repreensiva, o jovem terá tendência a esconder-lhe as dúvidas, confidências e pedidos que possa ter;
– Mantenha-se atento e conheça os sinais de violência no namoro: lesões físicas; tristeza e medo; dificuldades de concentração, em dormir e de memória; desconfiança; mudanças bruscas; afastamento de pessoas próximas; desinteresse por atividades que gostava; fugas de casa ou da escola;
– Acima de tudo, respeitem-se! A relação entre pais e filhos deve ser baseada no afeto, proximidade e aceitação. Não é pelo seu filho/a ter namorada/o que isso deve mudar.
Conclusão: encare com naturalidade, mas esteja atento! Os pais devem estar envolvidos na vida dos filhos, mas devem conhecer os seus limites. Os jovens, apesar de menores de idade, têm direito à sua privacidade. No entanto, a sua segurança deve sempre estar salvaguardada.