“Mãe, pai… tenho namorado/a!” – O papel dos pais no namoro dos filhos

“Encare com naturalidade, mas esteja atento! Os pais devem estar envolvidos na vida dos filhos, mas devem conhecer os seus limites”

Drª Filipa Bento

É, muitas vezes, difícil para os pais aceitarem o crescimento dos filhos. Se, por um lado, desejam que estes se tornem seres felizes e autónomos, por outro, essa independência crescente pode ser assustadora.
As coisas podem ficar mais complicadas quando cai a bomba: “Mãe, pai… tenho namorado/a!”. A novidade pode aparecer de forma indireta. Às vezes os pais descobrem através de terceiros, das redes sociais, ou começam a desconfiar devido a mudanças de comportamento dos filhos.
O choque inicial é normal. A questão que se impõe é: qual é o papel dos pais no relacionamento dos filhos adolescentes?


– Primeiro que tudo, mantenha a calma. Se agir de cabeça quente vai piorar algo que provavelmente não é tão alarmante como pode parecer inicialmente;


Evite proibições. Todos sabemos que o fruto proibido é o mais apetecido. Em vez disso, converse abertamente com o jovem acerca de limites e regras;


– Não veja só o lado preocupante. O namoro pode trazer várias aprendizagens para o adolescente, para si enquanto mãe/pai, e para a relação entre ambos. O desenvolvimento da empatia, da resiliência, da capacidade de negociação, das competências emocionais e sociais são alguns exemplos;


– Se fizer sentido, conheça o/a namorado/a do seu filho/a. No entanto, não pressione para tal acontecer. Se o adolescente se sentir sufocado, poderá ter tendência a esconder as coisas;


Transmita segurança. É fundamental o seu filho saber que pode confiar em si e contar consigo para tudo o que precise. Se adotar constantemente uma atitude repreensiva, o jovem terá tendência a esconder-lhe as dúvidas, confidências e pedidos que possa ter;


Mantenha-se atento e conheça os sinais de violência no namoro: lesões físicas; tristeza e medo; dificuldades de concentração, em dormir e de memória; desconfiança; mudanças bruscas; afastamento de pessoas próximas; desinteresse por atividades que gostava; fugas de casa ou da escola;


– Acima de tudo, respeitem-se! A relação entre pais e filhos deve ser baseada no afeto, proximidade e aceitação. Não é pelo seu filho/a ter namorada/o que isso deve mudar.

Conclusão: encare com naturalidade, mas esteja atento! Os pais devem estar envolvidos na vida dos filhos, mas devem conhecer os seus limites. Os jovens, apesar de menores de idade, têm direito à sua privacidade. No entanto, a sua segurança deve sempre estar salvaguardada.

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