A Empatia dos pais influencia os filhos?

A empatia dos pais influencia os filhos?

“Certamente que já ouvimos centenas de vezes ouvimos a expressão “colocarmo-nos no lugar do outro”… E quando o outro é o nosso filho?”

Drª Filipa Bento

Certamente que já ouvimos centenas de vezes ouvimos a expressão “colocarmo-nos no lugar do outro”… E quando o outro é o nosso filho?

Sabemos que a relação entre os pais e a criança é um fator fundamental perante o desenvolvimento e a estabilidade psicossocial da criança, e se essa relação for conflituosa a tendência para surgirem problemas emocionais e comportamentais aumenta. A qualidade das interações parentais é a base para a criação de uma relação de confiança e intimidade, com consequências ao nível das experiências, expressão e regulação de emoções da criança.

Maioria dos investigadores que se focou no tema da empatia concorda que esta se divide em duas facetas: a empatia cognitiva, que consiste na dedução dos pensamentos/sentimentos dos outros, e a empatia emocional ou afetiva que é entendida como uma resposta afetiva a outra pessoa. No fundo, a empatia diz respeito ao reconhecimento e entendimento do estado emocional da outra pessoa mas também à própria experiência afetiva desse estado.

E porque é a empatia uma qualidade importante para uma mãe e para um pai? Apesar de ser um tema ainda não muito estudado no campo da parentalidade, sabemos que contém uma relação com a mesma. Há evidências que a existência de défices empáticos é um fator de risco para comportamentos agressivos, e que uma das causas para atitudes desadequadas por parte dos pais é a sua falta de empatia face à criança.

Está também estudado que filhos de pais mais empáticos acabam por ter comportamentos mais adaptativos bem como benefícios emocionais e fisiológicos durante a adolescência. Além disso, estas crianças tendem a ter uma maior autoestima, maior capacidade de autorregulação emocional, menores sintomas de internalização (e.g., depressão) e de externalização (e.g., agressividade).

No fundo, pais mais empáticos são pais mais atentos nas capacidades dos seus filhos, mais qualificados para perceber e antecipar as suas necessidades e demonstram interações mais harmoniosas, com maior partilha de afeto.
Mesmo para os próprios pais, ser empático pode proporcionar uma maior sensação de propósito, aumentando o seu bem-estar.

Assim, a empatia tanto da parte dos pais como da parte dos filhos é um fator psicológico significativo para a a qualidade da relação pais-filhos, a qual está associada à forma como os pais reagem aos comportamentos dos filhos bem como ao seu ajustamento psicológico.

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Dislexia

Dislexia

“A Dislexia não é uma doença, mas sim, uma forma diferente de aprender que não se ajusta ao sistema educativo tradicional.”

Drª Teresa Pisco

A dislexia constitui um dos mais frequentes problemas de aprendizagem. Caracteriza-se pela dificuldade na aquisição dos mecanismos de leitura e escrita, na idade padrão, sem que a criança apresente qualquer défice intelectual ou sensorial.

Existe uma dificuldade em passar mentalmente da linguagem oral, para a linguagem escrita, onde é necessário reconhecer símbolos gráficos.
Habitualmente, leem muito lentamente, não fazem pontuação, nem entoação correta. Fazem confusão entre letras com sons semelhantes – fonemas (p-t, v-f), ou com forma semelhante (p-q, d-b). Fazem frequentemente inversões (or-ro, cri-cir), omissões (Atlântico- Atlâtico,) e adições (inglês-ingelês).

Para compreenderem um texto necessitam de lê-lo várias vezes. Se o texto lhes for lido por outra pessoa compreendem com mais facilidade.
A sua dificuldade para compreenderem o que leem faz com que se distraiam com facilidade, que tenham mais dificuldades em memorizar e que apresentem baixa auto-estima.

A prevalência na população é de 5 a 10%. Representa um em cada quatro casos de fracasso escolar. A deteção e correção devem ser o mais precoce possível para evitar um atraso grave nas aprendizagens escolares

O tratamento da dislexia requer um processo de reeducação com técnicas específicas individualizadas, com o fim de treinar a capacidade de interpretar os símbolos gráficos habituais utilizados na leitura e na escrita.

A dislexia não é uma doença, mas sim, uma forma diferente de aprender que não se ajusta ao sistema educativo tradicional. Não desaparece espontaneamente, necessitando de reeducação e muito treino.

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