Filipa Bento / Joana Montez / Elsa Coutinho / Margarida Araújo
A Dislexia é uma perturbação específica de aprendizagem que se expressa em dificuldades na leitura em pessoas com inteligência normal ou acima da média. É uma disfunção neurológica e pode apresentar influência genética. Manifesta-se através de um esforço maior que o habitual para distinguir letras, construir palavras e entender o que significam. Pode ter consequências noutras áreas escolares, além da leitura, tal como a nível comportamental e emocional.
Geralmente, podem apresentar problemas nas seguintes áreas: lateralização e orientação direita-esquerda, orientação no espaço e tempo, noção do corpo, memória, grafismo e expressão oral, coordenação de movimentos e representação espacial.
Na leitura: leitura lenta para a idade e nível de escolaridade, com hesitações e incorreções; dificuldade na leitura de palavras pouco habituais; dificuldade na compreensão de textos; trocas fonológicas e lexicais (o/u, s/ss/, f/v, nh/lh, …); substituição de palavras.
Na escrita: dificuldade na associação do som à letra; vocabulário restrito; omissão e adição de letras (livo/livro; começar/começare); unem ou separam palavras erradamente (consigo/com sigo); dificuldade em utilizar corretamente as regras de pontuação e gráficas; dificuldade em construir textos com sentido e em exprimir as ideias.
Comportamentais e emocionais: procura estratégias para não ler e não revela prazer pela leitura; demora muito tempo a fazer os T.P.C., distrai-se com facilidade; os seus resultados são inferiores às suas capacidades; não gosta de tarefas que incluam ler ou escrever; dificuldade em aprender línguas; bloqueia e fica ansioso quando tem que se expor; baixa autoestima e sentimento de inferioridade.
Os acompanhamentos psicopedagógicos de reeducação no caso da dislexia dirigem-se a todas as crianças e adolescentes a quem seja identificado critérios diagnósticos compatíveis com este quadro sintomatológico. A dislexia pode coexistir com outras dificuldades de aprendizagem (e.g., disortografia – especificamente ao nível da escrita, discalculia – ao nível do cálculo), sendo, portanto, fundamental que a intervenção seja ajustada a cada caso.
A intervenção é construída a partir do diagnóstico, sendo assim adaptada a cada caso. Procuramos desenvolver as áreas mais necessitadas a partir de estratégias facilitadoras das mesmas, favorecendo o processo de aprendizagem da criança. Além disso, procuramos que haja uma ponte com a escola e com a família, para que as capacidades da criança sejam estimuladas por todos os contextos próximos. Estaremos sempre atentos à evolução ao longo das sessões, para reavaliarmos se existe necessidade de mudança de foco e a continuidade do acompanhamento. No TEDA, as sessões têm uma duração média de 45 minutos, e a periodicidade dependerá de cada caso. Habitualmente as sessões são desenvolvidas em pares, para que as atividades sejam mais dinâmicas e as crianças se sintam mais confiantes, ao trabalhar com alguém com o mesmo tipo de dificuldade.
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