Desenvolvimento da Empatia

“Na base do civismo está sem dúvida a empatia, isto é, a capacidade de nos
colocarmos no lugar do outro, na posição de outra pessoa e tentarmos
compreender os seus sentimentos, os seus motivos, não do lado de fora,
mas sim, do ponto de vista interior.”

Drª Teresa Pisco

Ouvimos muitas vezes dizer que há falta de civismo nas pessoas, que não há respeito pelas regras, que não se respeitam os outros. Ouve-se também muitas vezes falar que os jovens necessitam de ter mais civismo e até o sistema educativo introduziu disciplinas como educação cívica e educação para a cidadania. Os estudos mostram que a educação cívica é fundamental para o crescimento equilibrado, tanto em termos individuais, como para as sociedades.

Na base do civismo está sem dúvida a empatia, isto é, a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, na posição de outra pessoa e tentarmos compreender os seus sentimentos, os seus motivos, não do lado de fora, mas sim, do ponto de vista interior. “É sabido que as crianças com maiores níveis de empatia são mais sensíveis aos outros e mais propensas a envolverem-se em comportamentos socialmente desejáveis em grupo” (Findlay, Girardi & Copian, 2006).

A empatia é vista como uma capacidade que se adquire e desenvolve durante a infância e juventude, pressupondo o desenvolvimento da capacidade afetiva e cognitiva para identificar, compreender e compartilhar os sentimentos dos outros.

O papel dos pais é fundamental para o desenvolvimento desta capacidade. Os restantes agentes educativos, dão também a sua grande contribuição, embora, os pais tenham um papel preponderante. “Mais ainda, as crianças que observam os seus pais, professores, irmãos e colegas de escola a serem gentis e educados com elas, têm maior probabilidade de aprender, por si, o efeito da empatia e da educação entre as pessoas. Quando as pessoas nos tratam com educação, sentimo-nos felizes e, por isso,
aprendemos a ser, também nós, educados e empáticos.” (Mcgrath, Zook & Weber-Roehl, 2003).

Não basta informar as crianças, elas têm que aprender com exemplos concretos de comportamentos empáticos e altruístas, para poderem interiorizar estes comportamentos e torná-los intrínsecos à sua personalidade.

Linckona em 2004, aponta várias perguntas básicas, que se devem trabalhar com a criança e com o jovem, para desenvolver a sua sensibilidade, empatia e altruísmo:

  • “Eu quereria que me fizessem isto a mim?”
  • “ É justo que todas as pessoas sejam afetadas pelas coisas que eu possa fazer ou dizer?”
  • “Eu gostaria que todas as pessoas se portassem como eu? Eu gostaria de viver num mundo assim?”
  • “Como se sentiriam os meus pais se descobrissem que eu fiz isto?”
  • “Isto vai contra a minha consciência? Vou sentir-me culpado depois de fazer isto?”
  • “Poderá o meu comportamento ter consequências más, como perder amigos, perder o meu respeito próprio?”
  • “Como é que me sentiria se as minhas acções fossem anunciadas na primeira página do jornal da minha cidade?”

A ideia destas questões é que a criança se vá habituando a pensar nas consequências dos seus comportamentos, avaliando e colocando-se no lugar dos outros.

É na chamada de atenção, na colocação destas questões, na modelação de atitudes, que os pais e os restantes educadores se mostram fundamentais  para o desenvolvimento de comportamentos adequados.

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